PALOP
História dos PALOP
1. Período pré-colonial
Antes da chegada dos portugueses, as regiões que hoje compõem os PALOP eram habitadas por diversos povos e reinos africanos com estruturas sociais e políticas próprias:
Angola: Povos como os Mbundu, Ovimbundu e Kikongo, com reinos como Ndongo e Kongo.
Moçambique: Povos Bantu organizados em pequenos reinos e comunidades comerciais no litoral.
Guiné-Bissau: Povos como os Balantas e Fulas, com forte comércio com árabes e europeus.
Cabo Verde e São Tomé e Príncipe: Eram ilhas desabitadas antes da chegada portuguesa no século XV.
2. Colonização portuguesa (séculos XV-XIX)
Portugal iniciou a colonização com exploração comercial, tráfico de escravos e ocupação territorial:
Cabo Verde (1460) e São Tomé e Príncipe (1470): Primeiras ilhas colonizadas, usadas como entrepostos do tráfico de escravos e produção de açúcar.
Angola e Moçambique: Colônias mais territoriais, exploradas economicamente com plantations, mineração e trabalho forçado.
Guiné-Bissau: Explorada sobretudo para o comércio de escravos.
O domínio português foi marcado por:
Escravização e tráfico atlântico de escravos, com milhões enviados para as Américas.
Imposição da língua e cultura portuguesa, mas também resistência local e manutenção de tradições africanas.
3. Movimentos de independência (século XX)
Após a Segunda Guerra Mundial, aumentou a pressão contra o colonialismo português:
1961-1974: Início das guerras de libertação em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.
PAIGC: Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde.
MPLA, FNLA e UNITA: Movimentos de independência em Angola.
FRELIMO: Movimento de Libertação de Moçambique.
1974: Revolução dos Cravos em Portugal derruba o regime ditatorial e acelera o processo de descolonização.
4. Independência
Guiné-Bissau: 1973 (reconhecida em 1974)
Cabo Verde: 1975
Moçambique: 1975
Angola: 1975
São Tomé e Príncipe: 1975
Após a independência, os países enfrentaram desafios como guerras civis (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau) e construção de Estados modernos.
5. Cooperação pós-independência e criação dos PALOP
Em 1992, os PALOP formalizaram cooperação com Portugal e entre si:
Objetivos: promover desenvolvimento econômico, cultural e social, preservação da língua portuguesa e solidariedade entre os países.
Criaram iniciativas como:
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 1996, que inclui todos os PALOP mais Portugal e Brasil.
Hoje, os PALOP são parceiros estratégicos de Portugal e membros importantes da CPLP, mantendo laços históricos, culturais e linguísticos.